Resenha: Cartas de Amor aos Mortos

11.10.14


Sinopse: Tudo começa com uma tarefa para a escola: escrever uma carta para alguém que já morreu. Logo o caderno de Laurel está repleto de mensagens para Kurt Cobain, Janis Joplin, Amy Winehouse, Heath Ledger, Judy Garland, Elizabeth Bishop… apesar de ela jamais entregá-las à professora. Nessas cartas, ela analisa a história de cada uma dessas personalidades e tenta desvendar os mistérios que envolvem suas mortes. Ao mesmo tempo, conta sobre sua própria vida, como as amizades no novo colégio e seu primeiro amor: um garoto misterioso chamado Sky. Mas Laurel não pode escapar de seu passado. Só quando ela escrever a verdade sobre o que se passou com ela e com a irmã é que poderá aceitar o que aconteceu e perdoar May e a si mesma. E só quando enxergar a irmã como realmente era — encantadora e incrível, mas imperfeita como qualquer um — é que poderá seguir em frente e descobrir seu próprio caminho.


Incrível! Não existe palavra melhor para descrever a obra de Ava Dellaira a não ser essa. 


 A história gira em torno de Laurel, uma jovem que está ingressando no ensino médio e tentando superar a morte de sua irmã, May. A primeira tarefa que sua professora de inglês passa à turma é escrever uma carta para alguém que já tenha morrido. Era para ser apenas uma carta que deveria ser entregue, mas logo isso se torna a rotina de Laurel, que passa a escrever para os ídolos da irmã. As cartas nunca são entregues. 

 É difícil para ela estudar em um lugar onde ninguém a conhece e ainda lidar com a perda da irmã. É apenas nisso que ela pensa, todos os dias. Em suas cartas, Laurel conta sobre a sua vida antiga, como é sua família e como é estudar ali. 

 Por sorte, ela conhece Hannah e Natalie, duas garotas do colégio que logo se tornam suas amigas. E logo aparecem coisas típicas do mundo adolescente, como drogas bebidas e a nova paixão de Laurel: o misterioso Sky. Tudo estava bem. Ela tinha amigos. 

 No entanto, todas as aventuras que ela e May haviam passado surgem a todo instante na mente de Laurel, atrapalhando sua vida. Ela sempre enxergou a irmã mais velha como uma pessoa perfeita: amava seu estilo, seu jeito de viver, as coisas que fazia quando não podia levar Lauren junto. May era sua inspiração. Mas não é bem assim. May não era perfeita, ninguém é. E Laurel precisa enxergar isso para poder, enfim, ser feliz. Em várias partes do livro, ela tenta ser igual a irmã porque acha que ser ela mesma não é o bastante. Mas, com o passar das páginas, Laurel descobre o verdadeiro sentido de tudo e percebe que ela só seria feliz se parar de tentar ser aquilo que não é...


+++


 Me interessei por esse livro no começo do ano, quando fui em um evento de A Seleção e ganhei um folheto da Editora Seguinte, com os lançamentos do ano. Os nomes Kurt Cobain, Janis Joplin e Amy Winehouse me chamaram a atenção e resolvi ler os dois primeiros capítulos que vinham naquele folheto. E foi ai que eu senti que precisava ler esse livro. 

Por todos os lugares as pessoas falam e escrevem sobre ele, e não é para menos. Cartas de Amor aos Mortos tem uma ótima narrativa e mostra bem como a falta de conversação entre a própria família pode acabar com a vida de alguém, afinal, se Laurel, May e seus pais tivessem sentado para conversar apenas por alguns minutos, o rumo da história seria outro, e Ava Dellaira não faria sucesso.

 O livro pode ser levemente comparado à As Vantagens de Ser Invisível, de Stephen Chbosky, já que os pontos e o tema central da história são parecidos. Laurel lembra o Charlie: alguém sofrendo por não conseguir contar aquilo que lhe faz mal. 

 Do meu ponto de vista, a única parte ruim do livro é o romance entre Sky e Laurel. Tudo bem, eles podem até ficar fofos juntos, mas começou de um jeito muito... ruim: eles praticamente não conversam e já estavam puft!, apaixonados - o que deixou um vazio legal na história. Mesmo assim, você corre o risco de se apaixonar por ele, o misterioso do terceiro ano que tem muita história para contar. E mais, eu imaginei Sky bem diferente da pessoa que ele é no livro, talvez, por conta de seu nome (eu me apaixonei pelo nome dele). 

 Não só Hannah e Natalie, mas os outros amigos de Laurel (Tristan e Kristen) são bem explorados e você acaba ficando amiga deles. A parte ruim é que você percebe que ela faz tudo para ser aceita no grupo, mesmo sem precisar. Ela é uma boa garota, não precisa fumar e beber para fazer parte da turma. 

 Outra coisa que chamou minha atenção para o livro é o fato de conter muita música nele. Quando Laurel desabafa, ela escreve para um cantor contanto sobre ela e, ao mesmo tempo, menciona suas musicas e como foi sua vida, ou seja, você acaba conhecendo personalidades diversas. Todos os que aparecem no livro é por algum motivo.

 E o mistério de como e porquê May morreu paira sobre o ar o tempo inteiro, e te deixa curioso. Somente no final ele é revelado à você, o que foi uma ótima estratégia.

 Cartas de Amor aos Mortos não é apenas mais uma história triste e clichê com frases marcantes, ele te mostra valores importantes e coisas que podem acabar com as pessoas. É muito mais que um simples romance. O livro mexe realmente com o seu emocional (risco grande de lagrimas escorrerem...).  E lembre-se: converse com as pessoas, explique à elas o porquê de você estar magoada ou sofrer por algo. Nunca guarde para si aquilo que lhe faz mal. Não seja como Laurel.
 


Todos nós queremos ser alguém, mas temos medo de descobrir que não somos tão bons quanto todo mundo imagina que somos.


+: Fiquem de olho aqui porque logo irá sair a resenha em vídeo!


Ficha técnica

Título: Cartas de Amor aos Mortos 
Autor (a): Ava Dellaira
Editora: Seguinte
Páginas: 334












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2 comentários

  1. Tá vendo como é bom ler a resenha de outro blogueiro mesmo quando você já leu e resenhou? Sua opinião é beeeeem diferente da minha, mas em um coisa concordamos: a Laurel não precisava fumar, nem beber. Quase chorei em alguns momentos da história...
    draladoteca.blogspot.com

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    Respostas
    1. Olá, Lais! Hahaha realmente.
      Eu chorei praticamente o livro todo, sabe?
      Não gostei de algumas partes e tal, mas achei o livro em si muito bom.

      Obrigada por passar por aqui <3

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